ressaca e metafísica: vodka martini
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Uma das razões para o atraso crónico de qualquer texto que me tenha que sair das mãos (e entranhas) é uma coisa chamada vodka martini. No entanto, no atraso é que está a depuração, que ocupa o tempo, coagulado, da ressaca. Provocada por aquele, claro está.
Ingredientes:
60% de vodka
40% de martini ( dry vermouth)
azeitona ou limão
Preparação:
Gelo no shaker, vodka e martini (as doses aconselhadas acima podem variar bastante consoante o gosto). Agitar q.b. Verter para copo, preferencialmente gelado. Adicionar uma azeitona verde ou uma rodela de limão.
Nota sobre a tese "shaken, not stirred":
Há três diferenças entre o vodka martini - agitado ("shaken") e mexido ("stirred"), que podem fazer com que também passe a preferir a fórmula de Bond. Uma delas é que, quando é agitado, o cocktail fica habitualmente mais gelado do que quando é mexido, uma vez que o gelo teve mais tempo para arrefecer os ingredientes (o facto de se servir bem gelado é o segredo desta bebida). Outra é que o martini agitado contém mais ar, o que permite - dizem os peritos - saborear uma bebida menos agressiva. Finalmente, o acto de agitar faz dissolver mais depressa o vermouth, retirando à bebida aquele sabor oleoso tão característico. Para além destas diferenças, a revista British Medical Journal publicou em 1999 um artigo em que defendia a deixa do súbdito de sua Majestade (se ela sabe o que ele faz ao dinheiro...). Em experiências efectuadas por investigadores da Universidade de Ontario, Canadá, foi verificado que, na sua versão "shaken", as propriedades anti-oxidantes da bebida favorita do agente britânico são realçadas, ajudando a combater a presença no organismo de substâncias oxidantes associadas a doenças cardíacas, enfartes e cataratas. O que os tipos quiseram dizer foi bebam como alarves.
Como nas próximas semanas vou estar ocupado com uma coisa com o título provisório de Note sur une note de Différence et Répétition (título tão provisório como pedante, o qual deve passar, na versão final, a sub-título, para acabar com a provisoriedade e manter o pedantismo) já abasteci o bar cá de casa. Isto é, o BAP nao o recebe tão cedo. Há que beber e escrever. O resto logo se vê.
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