Freitag, Februar 03, 2006

nota introdutória

01.

[a vasculhar em papéis amarelos e engavetados e em cadernos pretos com rasuramentos ambíguos de leituras antigas e hipotiposes suspensas encontrei este texto que poderá, muito bem, servir como alavanca para esta nossa investigação que principia. deve datar d'entre dezembro'04 e janeiro'05]

nota introdutória / lux in tenebris
da anárquica gravitação dos corpos

Trata-se aqui da morte, da queda, do intervalo e da criação. Do irresistível peso dos corpos, portanto.
A presença é, assim, aspirada por uma ausência porosa, míope, fantasmática. É, pois, a própria presença que ao esvaziar-se devém espectro.
E essa nebulosa da distância, essa terrível "vertigem do espaçamento", expõe, desta maneira, brutalmente, uma oceânica fissura que se abre pela falta da pele divina.
Hoc est enim corpus meum: este toque balbucia-se de um corpo ausente, do corpo da ausência, espaço intersticial que ao separar sustenta, numa lei da atracção absolutamente indomável.