Mittwoch, November 30, 2005

00.12.
Pois é, estou atónito. Eu até diria estupefacto mas não vamos entrar em poesias, mesmo que seja disso que se trata.
Cheguei a casa e o Pessoa tinha ido á televisão. Imaginem lá, logo ele, tão dado, a brincar como fez com o Régio a dizer que afinal não tinha vindo, mas tinha vindo o Álvaro de Campos por ele...
Ao que me apercebi - e digamos que ainda estive um bom bocado a pensar o que se passava comigo - a honraria era de que esta noite Pessoa (a obra, claro está - meu deus como eles o tratam...) passava para o domínio público. Ou seja, a partir de agora, outra vez sete cães a um osso (ou vários se levarmos a heteronímia a sério), toda a gente pode ganhar uns trocos com o Fernandito.
E então lá juntaram uns especialistas, uns mais outros menos, todos devedores do grande mestre, muito bem, e discutiu-se poesia. Na televisão, hélas, espantem-se os mais incautos.

Isto passou-se, sensivelmente, até às 01.45 na RTP1.
(se tiverem prova em contrário avisem-me que já tenho um n.º de um psicanalista. pessoano, pois)

Lia outro dia, por estas paragens, que a televisão pública às vezes engana-se, e faz mesmo serviço público. Mas pensei que era como a história do Pilhão.
Tenham cuidado, as pessoas andam aí. Ou os.

[Vou ler a Tabacaria, fumar um cigarro - acompanhá-lo na epochê nicotinológica - deixar-me andar pelo Desassossego e acabar com a Liberdade. Apetece-me.]