parênteses: escrita (ex)tempo(rânea)
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"(...)a pulsão de inactualidade transforma-se no mais evidente factor de actualidade."*
O inactual no coração do actual, quanto mais inactual mais rica é a actualização do actual. Não se escreve noutro horizonte, criamos para a expansão do espaço inactual. "Talvez só existamos, no fundo, para cumprir esta função na vida", refere mesmo Musil.
Ora, este trabalho do inactual, esta força exterior-interior do mundo, torna possível "engendrar a ultrapassagem de si em si" (M.ª F. Molder), acercando-nos de um conhecimento particular, como escreve Barrento (do qual a própria Molder já antes esboçara as modulações**)
Escreve-se para se ser póstumo.
*Barrento, J. "Inactualidades" in Público/Mil Folhas, 25.03.06
**Molder, M. F. "A obra de arte como objecto do saber" in Semear na Neve, Relógio d'Água, Lisboa, 1999, pp. 60-92
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