Montag, August 21, 2006

parênteses: zeitgeist

0.122


Na invulgaridade da frescura dos dias da última semana, refugiei-me. A tentar salvar o verão. Da natural improdutividade estival.

A ajudar à festa, a chegada de alguns bombons francófonos:

Multitudes 25

Chimères 60

Estas duas revistas de resistência (no melhor e mais forte sentido da palavra, que, aliás, nas duas, devém conceito axial), faz-me perceber, com a leitura recente do exemplar deste verão da Magazine littéraire, o retorno de um debate à volta do Desejo, do avô Sigmund, com a irascibilidade típica dos lacanianos (Badiou, Zizek), e a malta da Multitudes que prefere Masoch a Sade, para pensar (fabuloso dossier no qual alerto para o derradeiro texto - Kant avec Masoch - do proeminente investigador François Zourabichvili, que tive a ocasião de o ouvir, da boca do autor, já que foi, justamente, a sua intervenção num colóquio sobre Gilles Deleuze no início do ano em Lisboa. Voltarei a este texto e a Zourabichvili.). De qualquer maneira, não me parece por acaso que uma intelectual, das mais interessantes e inventivas da actualidade, como é Catherine Malabou, esteja justamente a trabalhar em Freud. Não me perguntem como é que eu sei disto.

No sábado, a meio de acontecimento protocolar a que não consegui escapar recebo este sms:

O Freud é o pai da teoria da conspiração. Ou, se acaso existirem precedentes históricos, é um Santo Padroeiro a destempo. [...]

Pois é, deve estar no ar do tempo.