Donnerstag, März 30, 2006

parênteses: "carpe diem? que se foda Horácio."

0.28

...vou p'rós copos.


-"para onde se dirige a alma de noite? (Novalis)
-"a alma de noite dirige-se para o seu sonho e toma a sua escada, o corpo." (M.ª F. Molder)
...se me dão licença...

Mittwoch, März 29, 2006

parênteses sobre golpes de rins, jogo aéreo e proeminências freudianas

0.27

Todos à mAMA (maradona Ao Mundial da Alemanha) que o guarda-redes é anão.

Sonntag, März 26, 2006

parênteses sobre "o" parênteses

0.26

A minha vida é um parênteses.

parênteses: escrita (ex)tempo(rânea)

0.25

"(...)a pulsão de inactualidade transforma-se no mais evidente factor de actualidade."*


O inactual no coração do actual, quanto mais inactual mais rica é a actualização do actual. Não se escreve noutro horizonte, criamos para a expansão do espaço inactual. "Talvez só existamos, no fundo, para cumprir esta função na vida", refere mesmo Musil.
Ora, este trabalho do inactual, esta força exterior-interior do mundo, torna possível "engendrar a ultrapassagem de si em si" (M.ª F. Molder), acercando-nos de um conhecimento particular, como escreve Barrento (do qual a própria Molder já antes esboçara as modulações**)

Escreve-se para se ser póstumo.


*Barrento, J. "Inactualidades" in Público/Mil Folhas, 25.03.06
**Molder, M. F. "A obra de arte como objecto do saber" in Semear na Neve, Relógio d'Água, Lisboa, 1999, pp. 60-92

Samstag, März 25, 2006

parênteses sobre a memória

0.24

"Cada pensamento devia lembrar a ruína de um sorriso." - J.-L. Godard

Mittwoch, März 22, 2006

parênteses: a Poesia é uma flor ou a Sagração da Primavera

0.23

"Com o vento pelas costas
morro e apago-me
na grande monção -
é então que verdadeiramente vivo."

[Paul Celan, 16.12.1965]

Sonntag, März 19, 2006

parênteses sobre o "prêt à manger"

0.22

- "Vá, não andem p'raí a partir corações...!"
- "Oh mãe, hoje, os corações já vêm partidos aos pedaços em sacos hermeticamente fechados. Para uso próprio e alheio, pois então."

Mittwoch, März 15, 2006

parênteses honorário : a ocupação da Sorbonne

0.21

"sous le pavé, la plage"...encore une fois.















le Mai 68 n'a pas encore fini
[todos os créditos fotográficos da responsabilidade de Rémy Artiges / Libération]

Dienstag, März 14, 2006

proposta de regime pós-laboral

07.

E se, ao invés de pensarmos os meta pensarmos os infra?

Freitag, März 10, 2006

parênteses iv : de mal a pior

0.20

"Connosco tudo será diferente, façam tabula rasa do que aconteceu para trás, estamos numa nova era."

[e tive eu que me levantar às 11h da manhã para ir regatear financiamento cultural e ouvir coisas destas. não fui, definitivamente, feito p'ra isto.
dava (quase) tudo para ter dinheiro para sair do país logo que pudesse.]

Acabaram (por agora) os parênteses contestatários (sim porque a ironia é a única forma de resistência que nos resta num país como este). Voltemos ao que interessa.

parênteses iii : o meu pepino é melhor que o teu

0.19

"Quem não quer mudar o mundo é como um pepino seco."

[Manuel de Oliveira, numa entrevista]

Não gosto de pepinos.

Donnerstag, März 09, 2006

parênteses ii : digestões suspensas

0.18

(no seguimento do parênteses anterior)

Hoje, excepcional mas propositadamente, não se janta à hora do noticiário.
Podia não cair bem com o protocolo.
É preciso ter toda uma politica do estômago, uma rigorosa crítica da razão dietética. Não vá o Cavaco tecê-las.

parênteses i : corpo dormente num país dormente

0.17

Como é da praxe neste dia da tomada de posse de mais um dorminhoco acompanhei-o a dormir. Pelo bem do país, pois então. De qualquer forma não me parece ter havido falta de sonecas, esquecidos, e outros animais políticos vindos do passado. Só não consegui saber (as notícias da manhã ainda não afirmavam nem desmentiam) se D. Sebastião iria fazer um intervalo nas suas tão merecidas férias em Alcácer (Quibir, entenda-se) para poder comparecer a mui nobre evento. É uma presença sempre simpática.

Três vivas por Portugal, vamos lá.

a resposta

06.

O sentido do corpo está no estatuto (menosprezado, rasurado, clandestinizado) transcendental desse mesmo corpo. O corpo como uma espécie de a priori.
"O corpo desempenha o papel de agente transformador das matérias em textura do plano de imanência - imanência do corpo ao espírito, da existência à vida, do pensamento ao mundo".
Toda a somatologia futura passará por aqui.

Mittwoch, März 08, 2006

a pergunta

05.

Como constituir um campo de imanência transcendental?, é a pergunta.

Samstag, März 04, 2006

de olhos bem fechados

04.

Ver cansa muitíssimo. A fadiga começa pelos olhos, porta aberta, sentido desprevenido.
A visão é um fundamentalismo secular. Já o sabemos. Por exemplo, (para dar só um), as belas-artes são-no exactamente como causa dessa obsessão.
Como diz Godard, é preciso fechar os olhos em vez de os abrir.

Fórmula: quanto menos olhos, mais corpo.