Samstag, September 30, 2006

parênteses: "the brain is the screen"

0.139

Dentro de algumas horas estarei no Fundão para acompanhar o Imago Film Festival.
Espero ter tempo para, ao longo da semana, vos ir dando conta do que se vai passando.
A coisa promete. Até já.

Freitag, September 29, 2006

parênteses: "philias"

0.138

Meu caro Mexia, os mortos (então os franceses) duram muito.

parênteses: "double bind"

0.137

Quando digo que faço investigação em Estética acrescento logo, sem dar oportunidade ao interlocutor, ou Filosofia da Arte. Já chega de ser confundido com um lipo-aspirador (se é que isso existe?).

Montag, September 25, 2006

caligrafias paralelas

0.136

Actualizações no Crítica & Crónica.

Sonntag, September 24, 2006

passa-tempos: Mnemónica Dialogada (e não, não tive que surripiar ninguém)

0.135

à J., ao P. e ao Z.

Ontem fui à Casa da Música receber uma prenda. Concedi o atraso porque a coisa vinha de longe.
35 anos depois de Crystal Silence e 10 depois da última gravação, Chick Corea e Gary Burton voltam a encontrar-se à esquina. À esquina da história do jazz, do qual esta tournée é, justamente, uma celebração, e da qual deverá sair um novo disco. Um diálogo que se interrompe, a espaços, mas que fervilha a partir do interior. A noite clamava por um exemplo assim tão contundente.

Senhores de estilos inconfundíveis e carreiras que não vou mencionar picos nem declives, vieram principalmente dispostos, disponíveis para uma jazz chat acompanhada de bom humor (expansivo no caso de Chick, contido em Gary) e muita, muita história e sabedoria que os faz uns autênticos jazzmens. No sentido em que um verdadeiro jazzmen é aquele que se disponibiliza a ouvir o outro, a dar-lhe espaço e segui-lo desde logo, ainda não sabendo onde vão dar. Não, não foi um concerto de grandes rasgos, improvisações radiosas, não foi para isso que vieram. Foi uma noite de rememoração a dois, podia-se ler nos olhares entrecuzados "Remember that?", seguido de um sorriso, uma noite aveludada pela ligeireza do que passou, do que passaram (desde a composição tão velha como o primeiro encontro, Crystal Silence, com novo arranjo - the banana rhythm -, até um "flamenco" à la Chick composto a semana passada no hotel aquando dos primeiros concertos da digressão no Hawaii - Hawaiian Alegoria).

Ainda assim, foi um acontecimento com a ambição de conjugar passado e futuro, a que se volta a alguns amores comuns (a homenagem a Bud Powell, por exemplo, mas também Following the Grace de Steve Swallow), mas, principalmente se retoma uma conversa, que é essencialmente uma conversa com o tempo, com o jazz, e com o que eles fazem dele. Pareceu-me pois, um concerto marcado, indelevelmente, pela maturidade dos protagonistas, pela leveza e segurança face à mudança e, acima de tudo, pelo prazer de estarem juntos. De novo. Para mais uma conversa.

E tudo isto reafirmado como um prazer que só podemos ter às vezes, sem seguro, um diálogo para sempre inacabado. Como quem desvenda um segredo - Crystal Silence. Como quem abre uma prenda - Native Sense.

Montag, September 18, 2006

parênteses: caligrafias paralelas

0.134

Sim, e há novidades. Há um novo estaminé na forja. Textos que, parece-me, não caberiam aqui. Textos do lado de fora. Ainda está em fase de actualização. Lá para o final da semana deverá estar sincronizado com Greenwich.

Proximamente, a última crónica do "Atelier do Conceito" - sobre a (não-) situação dos bolseiros em Portugal - e a crítica ao Les Amants Réguliers de Philippe Garrel.

Ah, chama-se Crítica & Crónica.

parênteses: os passos em volta

0.133

Outros espaços, outros fusos. Contrariamente ao meu retiro estival nas terras altas, em Évora o verão continua. Impávido. Burocracias tratadas - a custo - para me confrontar com outras - estas já mais lisboetas - para começar uma tese académica.

Ainda assim reencontram-se amigos, reorientam-se coordenadas dos trabalhos em crescendo dos outros. Espero que o DdD retome a regularidade em breve, embora auspicie um ano complicado. Cá estaremos.

Mittwoch, September 13, 2006

parênteses: sex-appeal

0.132



Há qualquer coisa em Walter Benjamin que atrai as mulheres mais inteligentes.


[ na imagem W.B. pintado por Valerio Adami ]

parênteses: timming's

0.131

Já comuniquei com Alvalade a agradecer a prenda de aniversário ao Marco.

Montag, September 11, 2006

2001, Sept. 11

0.130


Today, I'm a new yorker.

Mittwoch, September 06, 2006

repúdio e mobilização II

0.129

Recordam-se disto? Recebo e-mail da Esprit que versa assim:

Chères amies, chers amis,

Nous avons appris hier que notre ami iranien Ramin Jahanbegloo, arrêté le 28 avril à Téhéran et placé à l'isolement dans la prison d'Evin, a pu rentrer chez lui le mercredi 30 août après avoir payé une caution. Il risque donc toujours un "procès" (sans que la présence d'un avocat pour le défendre soit garantie) sous l'inculpation d'espionnage et de contact avec une puissance étrangère.

Courant juillet, nous avions appris qu'il avait dû, comme cela arrive en général pour des intellectuels emprisonnés, présenter dans un enregistrement vidéo des "aveux", reconnaissant qu'il aurait participé à la préparation d'une "révolution de velours" en Iran. Il ne pourra probablement pas sortir de chez lui d'ici le procès.

Nous nous réjouissons pour le moment de sa sortie de prison tout en restant préocuppés de la suite des événements et mobilisés pour qu'il soit à l'abri de ces poursuites politiques. Diverses mobilisations, en particulier au Canada, dont Ramin a pris la nationalité, mais aussi en Inde où il venait de passer plusieurs mois au printemps comme professeur invité dans une université de la capitale, ont permis de diffuser largement les appels à sa libération.

Nous tenions à vous tenir informés de sa situation et à vous remercier pourvotre aide dans cette mobilisation.

parênteses: sintomas

0.128

Sabe-se que se está viciado numa série de televisão quando reagimos a um qualquer tique tal qual as personagens. E, claro, quando descobrimos o verdadeiro culpado antes delas.

auto-portrait: sublimações

0.127

A mudança corporal implícita no martelar das teclas do teclado ajuda-me a pensar como um pianista.

auto-portrait: a fénix da rentrée

0.126


Tudo muda. A disposição, os afectos, as cores. Verdadeiramente, volto a ter vontade. Já que durante o verão, no melhor dos casos, tenho vontade de ter vontade. As cores-terra voltam, tiradas de uma qualquer watercolour do Turner. O ritmo da escrita, laboriosa, torna-se produtivo. A temperatura do corpo desce, a da escrita sobe. É biofísica. Pura.
Depois há o cheiro da rentrée. Grandes concertos na calha (ver post anterior), a melhor época cinematográfica do ano a entrar, encomendas do que de melhor se pensa lá fora a chegar (mais as últimas do Godard). Enfim, o costume com a ressalva de um verão desértico que fica para trás. Ou seja, o costume devém salvação apoteótica.
A minha fénix sempre foi coisa outonal.