Montag, Juli 30, 2007

De luto: Ingmar e Michelangelo

0.190


1912 - 2007


1918 - 2007

upgrades

0.190

Por causa do link do post abaixo perguntam-me o que se passa com o Crítica&Crónica.
Explico: se por um lado tenho continuado a escrever críticas, das quais a maior parte fica na gaveta, por outro a coluna de crónicas que mantinha - Atelier do Conceito - finou pela possibilidade que existiu de passar a escrever críticas de artes visuais de um diário nacional, o que, no entanto, não se concretizou devido às mudanças que vimos assistindo que levam a uma standartização dos mesmos e a um aligeiramento dos conteúdos.
Ainda assim, esta pergunta vem num momento que que pensava justamente o que fazer com este tipo de receptáculo de textos da biosfera na blogosfera. Portanto durante o mês de Agosto espero ter tempo de lá colocar algumas críticas que tenho para aqui estacionadas e, a partir do mês de Setembro, continuo com o Atelier do Conceito especificamente para o Crítica&Crónica com uma periodicidade que deve rondar o quinzenal.
Quando sair em livro eu aviso.

Sonntag, Juli 29, 2007

vou tomar café

0.189

Hoje, daqui a sensivelmente uma hora, a tese dos cafés vai estar em cima da mesa do Câmara Clara, na RTP2.

Donnerstag, Juli 26, 2007

"comment franchir la ligne?", a pergunta

0.188

Um grande amigo, que não vejo há demasiado tempo, responde(-me) desta maneira:

il faut jeter l'echelle apres l'avoir montée; quelle limite pour la ligne? Fica a pergunta-resposta.

da sensatez (2)

0.187

"Eu creio que é importante ter um pequeno número de autores com os quais pensamos, com os quais trabalhamos, mas sobre os quais não escrevemos. Escreverei talvez um dia sobre eles [Nietzsche e Heidegger], mas nesse momento não serão mais para mim instrumentos de pensamento. Ao fim e ao cabo, há para mim três categorias de filósofos: os filósofos que não conheço; os filósofos que conheço e de que falei; os filósofos que conheço e de que não falo."

Foucault, M. Dits et Écrits 1954-1988, vol. IV, Gallimard, Paris, 1994, p. 703. Última entrevista concedida, estas palavras são ditas a menos de um mês da sua morte.

entre-vidas

0.186

Sempre fui um indeciso.

vida (quase) humana

0.185

Ao que parece Kant era da opinião que a contenção* sexual favorecia a criação intelectual.
Acabei um ensaio.

*Mudar, a gosto, por abstinência.

Mittwoch, Juli 25, 2007

vida animal

0.184

Há muitos anos que alguns amigos ouvem uma pseudo-teoria minha sobre como a economia energética de alguns rituais primitivos, ou mesmo da vida animal (época de acasalamento, defesa e marcação do território...), é hoje trabalhada em espaços nocturnos.
Uma destas noites bebia um copo numa festa de apresentação de um destes festivais de verão. A dado momento pareceu-me vislumbrar um indivíduo com uma t-shirt da National Geographic. E aí confirmei as minhas suspeitas: ao mais pequeno descuido passamos de observador (seja ele de veia antropológica, etnológica ou primatologista) a objecto de estudo.

Samstag, Juli 21, 2007

diálogo

0.183

Pergunta Novalis: "para onde se dirige a alma de noite?"
Responde Maria Filomena Molder: "a alma de noite dirige-se para o seu sonho e toma a sua escada, o corpo."

Freitag, Juli 20, 2007

tête-à-tête

0.182


Dienstag, Juli 17, 2007

da sensatez

0.181

Em fins de Junho de 1968 Michel Foucault volta a Paris para participar nas derradeiras manifestações e nas assembleias na Sorbonne.
Maurice Blanchot conta* que lhe falou sem estar certo, porém, que Foucault o tenha reconhecido.
Foucault jamais tentou encontrar Blanchot, que dizia admirar demasiado para desejar conhecê-lo.


*Blanchot, M. Foucault tel que je l'imagine, Fata Morgana, 1986

Montag, Juli 16, 2007

4 anos

0.180

Um dos esteios da nossa bloga completou 4 anos ontem. Muitos parabéns ao Luis Carmelo e ao Miniscente.

"concursos públicos"

0.179

Se estão lembrados, por altura do primeiro aniversário aqui do estaminé, encontrava-me a acompanhar o IMAGO Film Festival'06 no Fundão. Fazia parte do Júri Jovem (estabelecido a partir das 8 melhores críticas de cinema de cinéfilos lusos até 25 anos e pelos dois autores estrangeiros dos melhores spots publicitários para o festival, no caso dois colegas chineses estudantes em Inglaterra). Para além da responsabilidade de dar um prémio (Prémio Júri Jovem/IPJ/Prémiére), sairia dos oitos jurados portugueses o representante luso ao Júri Jovem Europeu no 60º Festival de Cinema de Cannes. Tal ditava o protocolo que o Imago tinha com o IPJ (Instituto Português da Juventude, caso ainda não se tenham apercebido) há vários anos.

Ora, numa destas noites do Curtas, regadas a cerveja, cinema e boa disposição, reencontro um dos organizadores do IMAGO, justamente aquele que tão amavelmente me tinha recebido no Fundão em Outubro último. Conversa em dia, perguntas sobre a preparação da edição de 2007 do festival e, inevitavelmente, notícias de Cannes. Pois, ao que parece, o IPJ fez ouvidos surdos à escolha do elemento do Júri Jovem, não deu notícias até ao 1º dia de Cannes, desfez-se em telefonemas, à posteriori, para a organização do IMAGO e para (aquele que não chegou a ser) o representante português no maior festival de cinema do mundo. Mas, de facto houve um jurado português em Cannes! Tudo isto num tom de tentativa de abafar a questão com outros souvenirs...

Nem a Comissão organizadora do IMAGO Film Festival nem o meu colega de Júri eleito para ir a Cannes se calaram e esperam respostas numa reunião agendada para o efeito, com o IPJ e um representante do Ministério da Cultura. E assim vão as "dinâmicas culturais" aqui pelo burgo.

sex, drugs and cinema (2): o Curtas de Vila do Conde

0.178


Nicolas Provost, "Gravity",2007
Video, Color, 6' - ed.of 5+1a.p.
Filmes premiados:
1. Competição Internacional
  • Grande Prémio Cidade de Vila do Conde:CAPITALISM: CHILD LABOR, de Ken Jacobs (EUA)
  • NYMPH, de Ken Jacobs (EUA)
  • Prémio para a melhor Animação:BLUE KARMA TIGER, de Mia Hulterstarm e Cecilia Actis (Suécia)
  • Prémio para a melhor Ficção:COMPILATION 12 INSTANTS D'AMOUR NON PARTAGÉS, de Frank Beauvais (França)
  • Prémio para o melhor Documentário:DE FUNCIÓ THE LAST PERFORMANCE, de Jorge Tur (Espanha)
  • Prémio para o melhor Filme Experimental:ANNE SINEMA OGRENIYOR MY MOTHER LEARNS CINEMA , de Nesimi Yetik (Turquia)
  • Prémio para o melhor Vídeo Musical:BIRDS - VITALIC, de PLEIX (França)
  • Prémio UIP/ Vila do Conde:PLOT POINT, de Nicolas Provost (Bélgica)
  • Prémio do Público:YAPTIK-HASSE, de Edgar Bartenev (Rússia)

2. Competição Nacional
  • Melhor filme da Competição Nacional - Tobis, BPI, Smiling: EUROPA 2007, de Pedro Caldas
3. Take One
  • Prémio para o melhor filme da competição Take One! - Avid, Restart, Agência da Curta Metragem: GENTES DO MAR, de Dânia Lucas
4. Onda Curta
  • AMIN, de David Dusa (França)
  • JEU, de Georges Schwizgebel (Suíça/Canadá)
  • GRAVITY, de Nicolas Provost (Bélgica)
  • ALGUNA TRISTEZA SOME KIND OF SADNESS, de Juan Alejandro Ramírez (Perú)
  • THE DAYS AND THE HOURS, de Kristine Samuelson e John Haptas (EUA)
  • Menção Honrosa:FAQ (PART I), de Sagi Groner (Holanda)

Dienstag, Juli 10, 2007

a panda

0.177

Bobby: "Nothing's black and white."
The Devil: "Nothing's black and white; nothing's black and white—what about a panda? What about a panda, you dumb fuck!"


David Mamet, Bobby Gould in Hell

Montag, Juli 09, 2007

sex, drugs and cinema

0.176


Já vai no terceiro dia e recomenda-se a cada ano que passa. O Curtas de Vila do Conde'07.

a corrente das leituras

0.175



O Luís Miguel Oliveira democratizou a corrente e, dado o estado calamitoso da minha cabeceira, isto pode servir para pôr alguma ordem. Portanto, os últimos cinco terão sido:




  1. Michel Foucault, L'usage des plaisirs e Le souci de soi (respectivamente, vol. II e III da Histoire de la sexualité), Gallimard/TEL, Paris, 1984
  2. Siân Ede (eds.), Strange and Charmed. Science and the Contemporary visual arts, Calouste Gulbenkian Foundation, London, 2000
  3. Natalie Depraz, Lucidité du Corps. De l'empirisme transcendantal en phénoménologie, Kluwer Academic Publishers («Phaenomenologica»), Dordrecht/Boston/London, 2001
  4. Christine Buci-Glucksmann (eds.), L'art à l'époque du virtuel, L'Harmattan, Paris, 2002
  5. Marcel Duchamp, Engenheiro do Tempo Perdido. Entrevistas com Pierre Cabanne, trad. pt. e posfácio de António Rodrigues, Assírio & Alvim, Lisboa, 1990 (releitura)



No que toca a manter a corrente atrevo-me a passar a bola ao João Barrento, ao Rui Tavares, ao Luis Carmelo, ao André Dias e ao Alexandre Andrade.

Dienstag, Juli 03, 2007

une question d’adresse postale

0.174

Être de gauche. Touché.

by the sea, into you

0.173

para a Martinha


Nan GOLDIN, Anthony By The Sea, 1979, cibachrome, 101.2 x 76.2 cm,Collection Lambert, Avignon.

Este Verão vou meter o Cervantes num bolso

0.172


Alguns amigos sabem bem a dimensão do meu fetichismo pelo objecto livro. Outros, não necessariamente os mesmos, ouvem-me, pacientemente, há muito tempo, sobre o sintoma que é a cultura de bolso não se estabelecer (ou vingar, veja-se o caso da tentativa da D. Quixote) no nosso país. Este sintoma revela um fosso (e, bem vistas as coisas, guardiões desse fosso).
A ideia não é nova, e foi exposta e desenvolvida pelo subtil e sagaz Hubert Damisch nos idos de 70. A ruptura de que fala Damisch nunca se deu em Portugal, nunca preencheu o fosso entre haute culture e a vida, nunca se cortou com a transcendência do que o próprio objecto parece vincular, em suma, nunca se tornou imanente à vida das pessoas.
Agora, três editoras (Relógio d'Água, Assírio&Alvim e Cotovia) juntam-se para tentarem cobrir esse fosso, insuflar-lhe vida. Começam com a prata da casa, o que, tendo os catálogos que têm, não é nada mau. E era tão bom os livros ganharem vida, e as pessoas sonharem com eles.

"false friends"

0.171

Pensar que a teoria do falso parentesco entre palavras ou expressões de idiomas diferentes poder-se-ia usar como modelo de aplicação antropológico-social. Desconfiar, sempre, do igual, das confluências (de gosto, de sentido, de trajecto, etc.), lutar com a terrível apatia da mesmidade. Eis, talvez, uma boa ecologia das relações pessoais. Levi-Strauss dizia que não eram as semelhanças mas as diferenças que se assemelhavam. Clones, nunca mais.